Dia 5/10 escrevi sobre a Burrice Emocional e senti eu meu coração de estudar e escrever agora sobre a dependência emocional, um problema que vem destruindo cada vez mais o amor próprio das pessoas.
É costume meu sempre analisar o significado da palavra. O dicionário diz: Dependência é a necessidade de estar subordinado ao outro. Em latim: adictere – estar preso, escravizado.
Então o que vem a ser dependência emocional?? É quando a constante presença e carinho de alguém é considerada necessária para a própria segurança. Em outras palavras, estamos emocionalmente dependentes quando o valor, paz de espírito e a felicidade estão ancorados em uma pessoa e na reação dessa pessoa para conosco.
O sentimento é: "sem você eu morro". A pessoa que tem essa dependência não se sente emocionalmente preparado para cuidar de si mesma.
Essa subordinação é uma forma de controlar o outro, se dá para receber, porque assim acha que manterá a relação. É uma tirania encarregada de construir uma prisão interior mediante alianças com o medo, negação da realidade e os sentimentos de culpa. Através do medo da liberdade se perpetua a dependência emocional.
Quando essas circunstâncias geram um quadro de angústia ou depressão, médicos indicam tratamento de autoajuda com psicoterapia, já que sozinhos não podem lidar com esse transtorno.
Após pesquisas, listei, abaixo, algumas atitudes que pessoas emocionalmente dependentes desenvolvem:
a) É ciumenta e possessiva: desejo de exclusividade;
b) Prefere passar tempo a sós: ficam frustrados quando outras pessoas estão presentes;
c) Sente raiva ou depressão irracional: se a pessoa se afasta e dá atenção a outro;
d) Os outros relacionamentos são chatos e nada interessantes;
e) Expressa afeto físico além do que seria apropriado, de maneira exagerada;
f) Refere-se freqüentemente somente a pessoa na qual depende;
g) Passa dos limites no relacionamento.
Relacionamentos emocionalmente dependentes constituem-se na corrupção das verdadeiras relações que Deus deseja que tenhamos com outras pessoas.
DEPENDÊNCIA EMOCIONAL É EGOÍSMO, POIS BUSCA PROJETAR SOBRE A OUTRA PESSOA A PRÓPRIA NECESSIDADE DE SEGURANÇA, O QUE GERA A POSSESSIVIDADE !!!!!!!!
Essas pessoas acometidas desse mal são obcecadas. Alguns psiquiatras atribuem esse distúrbio ao caráter. A triste notícia é que NÃO há cura para a dependência emocional, uma vez que há recaídas. Neste caso, amar significa sofrer.
Para o dependente, o outro age sempre de maneira inadequada, desatenciosa ou inacessível. A dependência emocional é um transtorno que se caracteriza pelo excessivo medo da separação e tem como característica comportamentos submissos, falta de auto confiança, indecisão, dificuldade de dar limites, bem como um temor exagerado do abandono e da solidão.
Essa forma de se relacionar, disfuncional, pode se apresentar no âmbito afetivo, familiar, social e também no trabalho. É muito perigoso, pois é progressivo. É a "doença" do "ainda": ainda não fez coisas insanas, mas vai acabar fazendo, porque a tensão excessiva causa esse "vício".
No âmbito familiar, a carência afetiva é ainda mais extrema. A realidade nos demonstra que mãe viúva ou separada se "agarra" ao filho. Muitas vezes, aí está a dificuldade desta mãe conseguir viver em paz e deixá-lo livre e feliz em sua nova composição familiar. Neste caso, esta mãe entende ter sido "abandonada". Há o pânico de perder essa pessoa amada, o que pode levar dolosamente a invenções com o fim de aprisioná-lo. A manipulação constitui-se então no ingrediente chave para iniciar ou manter relacionamentos dependentes.
Há mediocridade por trás da fachada!!
Listei, ainda, outros ainda mais IMPORTANTES e frequentes comportamentos praticados por essas pessoas dependentes emocionais:
a) Oferecer demasiado afeto físico: abraçar, tocar, esfregar as costas, fazer cócegas, brincar de socar e lutar;
b) Fazer o outro sentir-se culpado por causa de expectativas frustradas: “Se você realmente me amasse, você...” ou: “Eu ia vê-lo ontem à noite, mas fiquei sabendo que provavelmente estaria ocupado demais para se importar comigo.”
c) Necessitar de ajuda: criar ou exagerar problemas para conseguir atenção e dedicação;
d) Implicar, falando em uma linguagem codificada que apenas os dois entendem;
e) Semblantes de tristeza, silêncios frios injustificadamente: Quando se é perguntado, uma pessoa dependente pode responder suspirando: “Nada”;
f) Provocar reação emocional.
A verdade é que a pessoa que sofre deste mal deveria lutar pela liberdade e combater essa fascinação pela comodidade. Isso exige empenho cotidiano. É preciso lutar para ser independente! Ser independente significa tornar-se capaz de se cuidar, de buscar a própria felicidade, de se responsabilizar pelas vitórias e, principalmente, pelas derrotas.
Sabemos que isso assusta a muitas pessoas, não é fácil. Mas quem disse que viver é moleza?
Enfim, só são capazes de amar plenamente aqueles que se sentem livres para escolher um caminhar sem estar à sombra do outro.
O senso de ser e pertencer não pode estar limitado ao outro, pois se corre o risco de se idolatrar.
NINGUÉM PERTENCE A NINGUÉM! A individualidade é um fato intransponível, que deve ser aceito e respeitado incondicionalmente. Em nenhum lugar está dito que devemos “ter o controle sobre os outros”, embora alguns gastem inutilmente muito tempo e energia tentando conseguir isso.
As pessoas que são dependentes, quase sempre, em função de seus erros sucessivos, saem machucadas e, até mesmo, decepcionadas, porque o amor que deveria ser algo natural e saudável, acaba por corromper-se dando a sensação de frustração e incapacidade de tê-lo e mantê-lo.
Elas mais se machucam do que machucam o outro.
Amor nunca deve ser cobrado e muito menos comprado. As pessoas se acostumaram com sistema de trocas ou de exigências. Quando o filho ou o neto, por exemplo, cresce e esses dependentes emocionais percebem que não conseguem mais "comprá-los", então vem a dor, revolta e depressão, consequentemente, maior cobrança e frustração.
O suborno dos relacionamentos nada mais é do que a corrupção do amor!!!!
Nosso chamado é para a liberdade, (Gálatas 5:13) e esta liberdade inclui a de nos conectarmos com o próximo em posição de equilíbrio. Essa é a chave da questão: EQUILÍBRIO!
As pessoas precisam buscar a Deus e perceber que devem exercitar o domínio próprio nos relacionamentos, aprendendo a desenvolver relacionamentos interdependentes onde se reconhece que é preciso uns dos outros, mas de uma forma madura, sadia e equilibrada.
Li uma matéria da psicóloga, Rita Maria Granato, que exerce há 30 anos a profissão, ela diz que a dependência emocional é um padrão persistente de necessidades emocionais insatisfeitas, vindas da infância, que tentam se satisfazer com outras pessoas. Suas relações são exclusivas e “parasitárias”. A necessidade da outra pessoa, normalmente o parceiro ou o filho, é realmente uma dependência, comparada aque se produz nas pessoas que usam drogas; o que gera no outro um sentimento de ser invadido ou absorvido. O dependente quer dispor continuamente da presença da outra pessoa como se estivesse “enganchado” a ela. Procurará continuamente pedindo que renuncie sua vida privada para que estejam mais tempo juntos, demandando sempre a ela atenção exclusiva e sempre lhe parecerá insuficiente. Esta possessão ou domínio é uma tremenda necessidade afetiva.
A pessoa que ama demais está acostumada com aspectos e comportamentos negativos. Ela é capaz de praticar comportamentos incorretos e desconfortáveis. Ela reedita relacionamento destrutivo, experimentando novamente atitudes infelizes, numa tentativa de torná-los controláveis, para dominá-los.
Os dependentes não foram e continuam não sendo, em sua maioria, queridos e valorizados, como gostariam de ser, exatamente, por quem tanto ama. Que paradoxo!!!
Infelizmente, para elas é muito mais fácil continuar procurando por uma fonte de felicidade fora de si mesmo do que praticar a disciplina e aprender a preencher o vazio de dentro.
A terapeuta dá dica para ter um amor saudável. Veja o que ela informa: "Ser no relacionamento mais inteiramente expressivo, produtivo e criativo. Experiências são compartilhadas com alegria. Há uma construção e não uma destruição. Serenidade, coragem e sabedoria são os sentimentos relacionados".
Ela finaliza: “SE UM INDIVIDUO É CAPAZ DE AMAR DE MODO PRODUTIVO, ELE SE AMA TAMBÉM; SE CONSEGUE AMAR APENAS OS OUTROS, NÃO CONSEGUE AMAR DE MODO NENHUM” (Livro: “A arte de amar”).
DICA: Conquiste sua liberdade, ame as pessoas de verdade, como são, não como você os imagina ou como gostaria. Valorize-se, evita frustrantes dependências e não se anule.
Recorde que somente quem é livre cria relações serenas nas quais se vive o verdadeiro amor: "unir-se sem igualar".
Se quisermos mudar nossa vida, é muito mais importante mudar as atitudes do que as circunstâncias. Creio, ainda, que se deve resgatar a arte da transparência em nossos relacionamentos. TRANSPARÊNCIA é a arma eficaz contra os próprios medos e ilusões.
Quem me conhece sabe que AMO a transparência e prefiro sempre, sem pestanejar, ser transparente, sincera e honesta, ainda que machuque alguém, do que sorrir um sorriso falso, cínico e mentiroso para agradar. Reflito muito sobre isso e concluo que as pessoas se ofendem e se ferem porque nunca estão preparadas para ouvir a realidade, preferem a ilusão à verdade. Pessoas gostam de mentira, gostam de ouvir palavras que fazem bem ao coração e a alma, ainda que falsa.
Por fim, aconselho para que não vivam sob o jugo do que fizeram ou deixaram de fazer com vocês, pois em Cristo sempre há esperança pelo novo, pela mudança, pela restauração, pelo florescer do amor puro, saudável e verdadeiro, e é nEle e sob a direção dEle que encontraremos amigos sinceros que farão desabrochar nossas qualidades.
Oração da Serenidade
Concedei-me Senhor, a SERENIDADE necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, a CORAGEM para modificar aquelas que posso e a SABEDORIA para distinguir uma da outra. Só por hoje!!!!
Muito interessante sua reflexão...
ResponderExcluirliberdade é fundamental.
tudo que é demais..sufoca..vira doença.